"A Selva" de Ferreira de Castro no grande ecrã (por Leonel Vieira): Reflexões a partir da obra "Le Cinéma ou l'Homme Imaginaire" de Edgar Morin

Palavras-chave: Ferreira de Castro, A Selva, Morin

Resumo

Publicado na década de 30, A Selva, de Ferreira de Castro, é um dos dez romances mais lidos em todo o mundo. Adaptado para o cinema em 2002 pelo realizador Leonel Vieira, conta a história de Alberto, um jovem monárquico português que se vê exilado na selva amazónica, repleta de perigos, belezas e desafios para aqueles que deixaram Portugal em busca de um futuro diferente. Após uma breve apresentação do início do romance, este artigo pretende estudar, com base na obra de Edgar Morin Le cinéma ou l’homme imaginaire, como o cinema alterou a realidade e também as obras de ficção, neste caso em particular, utilizando o exemplo de A Selva.
O objetivo é descobrir a parte hollywoodesca do romance de Ferreira de Castro, através da lente da câmara do cineasta Leonel Vieira, tendo em conta que muitas passagens escritas no romance foram alteradas pelo enredo do filme, como se verificou com a suposta consumação carnal do protagonista, ou com a criação de uma nova personagem (Velasco) no filme, para satisfazer as conceções de coprodução dos três países envolvidos no projeto: Portugal, Espanha e Brasil, para citar apenas alguns exemplos.
A metodologia utilizada no artigo privilegia o uso de técnicas qualitativas que visam o cruzamento de fontes e a análise documental das obras em questão, estabelecendo um paralelo com o filme do realizador português.
Assim, na sequência desta exposição, propõe-se uma questão inicial que orientará esta reflexão: “Quais as diferenças entre o filme A Selva de Leonel Vieira e a obra literária de Ferreira de Castro que lhe deu origem?”

Biografia Autor

Daniela Monteiro da Fonseca, UTAD

Nasceu em Lamego em 1977 e iniciou o seu percurso na UTAD como assistente convidada em 2007; é, desde 2014, Professora Auxiliar no DLAC, Departamento de Letras, Artes e Comunicação. Cursou Comunicação Social na Universidade do Minho, Braga, de 1995-2000, onde também concluiu o mestrado em Ciências da Comunicação-Jornalismo e Informação, em 2004, com a tese “A evolução do género jornalístico”. É doutorada, desde 2014, em Ciências da Comunicação, pela Universidade da Beira Interior, com uma tese intitulada “O papel das novas Relações Públicas na modernização dos sindicatos portugueses. Novos e velhos movimentos sociais”. Estagiou em publicidade, na empresa McCann Erickson-canal 1, no Porto, e trabalhou, também naquela cidade, durante dois anos, como assessora de imprensa no STFPSN (Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, Porto), leciona, desde setembro de 2007, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Foi diretora do Mestrado em Ciências da Comunicação, de 2017 a 2021. Foi vice-diretora da Licenciatura em Comunicação e Multimédia, de 2017 a 2021, e diretora da Licenciatura em Ciências da Comunicação, nos anos de 2018 e 2019, tendo sido, depois dessa data, sua vice-diretora até 2021. É investigadora integrada do Labcom-UBI, desde 2011. Fez parte do Conselho-Geral da UTAD de dezembro de 2020 a 14 de maio de 2021, tendo sido eleita para as funções de Secretária daquele órgão em janeiro de 2021. É desde 14 de maio Pró-reitora para a Cultura, Comunicação e Imagem da UTAD.

Publicado
2023-12-19