"A Selva" de Ferreira de Castro no grande ecrã (por Leonel Vieira): Reflexões a partir da obra "Le Cinéma ou l'Homme Imaginaire" de Edgar Morin
Resumo
Publicado na década de 30, A Selva, de Ferreira de Castro, é um dos dez romances mais lidos em todo o mundo. Adaptado para o cinema em 2002 pelo realizador Leonel Vieira, conta a história de Alberto, um jovem monárquico português que se vê exilado na selva amazónica, repleta de perigos, belezas e desafios para aqueles que deixaram Portugal em busca de um futuro diferente. Após uma breve apresentação do início do romance, este artigo pretende estudar, com base na obra de Edgar Morin Le cinéma ou l’homme imaginaire, como o cinema alterou a realidade e também as obras de ficção, neste caso em particular, utilizando o exemplo de A Selva.
O objetivo é descobrir a parte hollywoodesca do romance de Ferreira de Castro, através da lente da câmara do cineasta Leonel Vieira, tendo em conta que muitas passagens escritas no romance foram alteradas pelo enredo do filme, como se verificou com a suposta consumação carnal do protagonista, ou com a criação de uma nova personagem (Velasco) no filme, para satisfazer as conceções de coprodução dos três países envolvidos no projeto: Portugal, Espanha e Brasil, para citar apenas alguns exemplos.
A metodologia utilizada no artigo privilegia o uso de técnicas qualitativas que visam o cruzamento de fontes e a análise documental das obras em questão, estabelecendo um paralelo com o filme do realizador português.
Assim, na sequência desta exposição, propõe-se uma questão inicial que orientará esta reflexão: “Quais as diferenças entre o filme A Selva de Leonel Vieira e a obra literária de Ferreira de Castro que lhe deu origem?”
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