Legados de colonialidade e racialização: perspectivas comparativas na Europa
Resumo
Este estudo analisa duas escritoras – Chimamanda Ngozi Adichie e Djaimilia Pereira de Almeida – de duas geografias aparentemente distintas, a fim de argumentar sobre conexões epistemológicas entre comunidades da diáspora africana de diferentes geografias. Terei aqui em conta, em particular, a questão das características de raça e fenótipo retratadas em dois de seus livros, That Hair (2015; publicado em tradução pela Tin House em 2020) e Americanah (2013), a fim de estabelecer as preocupações levantadas por ambas as escritoras que, pode-se argumentar, são um reflexo das comunidades de onde vêm e nas quais circulam. Nascidas em dois países diferentes da África Ocidental, Nigéria e Angola, respectivamente, tanto Almeida como Adichie são descendentes de dois universos pós-independência distintos – um anglófono, outro lusófono – mas, ao mesmo tempo, semelhantes. Argumento que a diáspora africana portuguesa compartilha mais do que diverge de outras diásporas africanas em outros lugares, estando ligada por formas epistemológicas e estéticas corporais de resistência a formas em curso de colonialidade e racialização. De forma a mergulhar no mundo ficcional das duas escritoras e compreender o seu legado de colonialidade, utilizarei os conceitos de afropeans e afropolitans desenvolvidos por Johny Pitts, Achille Mbembe e Taiye Selasi, entre outros.
Direitos de Autor (c) 2022 Sandra Sousa
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