“Todos os Nomes” e os lugares da memória na ficção de José Saramago
Resumo
Este ensaio é uma leitura crítico-interpretativa sobre a Conservatória do Registo Geral, de Todos os Nomes. O lugar onde se registram os dados civis das pessoas é neste romance estrutura física e simbólica. Observarmos a construção do espaço a partir da perspectiva de uma ideologia formalizadora, visto que no romance esta categoria se exerce enquanto elemento da narrativa e campo de significação para o tema aqui evidenciado: a burocratização da memória na sociedade da técnica. Esta é uma leitura acompanhada pelas elaborações teóricas de pensadores como Walter Benjamin, Paul Ricœur, Jacques Le Goff, entre outros. Ao valorar a memória individual, o narrador de José Saramago alerta que se a memória artificial e a memória coletiva são uma conquista da civilização, são ainda, enquanto estrutura de controle e de poder, um paradoxo ao humano.
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