“Todos os Nomes” e os lugares da memória na ficção de José Saramago

  • Pedro Fernandes Oliveira Neto UFRN
Palavras-chave: José Saramago, Todos os nomes, Espaço Literário, Memória

Resumo

Este ensaio é uma leitura crítico-interpretativa sobre a Conservatória do Registo Geral, de Todos os Nomes. O lugar onde se registram os dados civis das pessoas é neste romance estrutura física e simbólica. Observarmos a construção do espaço a partir da perspectiva de uma ideologia formalizadora, visto que no romance esta categoria se exerce enquanto elemento da narrativa e campo de significação para o tema aqui evidenciado: a burocratização da memória na sociedade da técnica. Esta é uma leitura acompanhada pelas elaborações teóricas de pensadores como Walter Benjamin, Paul Ricœur, Jacques Le Goff, entre outros. Ao valorar a memória individual, o narrador de José Saramago alerta que se a memória artificial e a memória coletiva são uma conquista da civilização, são ainda, enquanto estrutura de controle e de poder, um paradoxo ao humano.

Publicado
2022-12-10