Once upon a time there wasn’t and there isn't: (Re)escrevendo a História na obra "Cape of Storms: The First Life of Adamastor" de André Brink
Resumo
Este ensaio examina a novela curta, Cape of Storms: The First Life of Adamastor, escrita pelo romancista sul-africano André Brink. Ao longo do romance, Brink reescreve e recria a figura mítica do gigante Adamastor numa perspectiva africanizada, ao mesmo tempo que utiliza o texto Os Lusíadas, escrito no século XVI pelo poeta português Luís Vaz de Camões, para desconstruir o binarismo problemático colonizador vs colonizado. A minha análise incide sobre os métodos/técnicas literárias empregados por André Brink, sendo o realismo mágico, o pós-modernismo e o pós-colonialismo elementos-chave neste estudo. Também procurarei concluir que, por meio da paródia, o autor escreve sobre o império enquanto, retratando o encontro colonial. A paródia é, então, crucial no texto de Brink para desmontar estereótipos como práticas significantes, para reinventar a história da África do Sul. No entanto, é também problemático às vezes em termos de gênero. Ainda assim, a minha conclusão é de que, por meio da reinvenção de mitos eurocêntricos, a novela de Brink apresenta uma crítica interessante, senão crucial, à forma como os colonizados eram retratados. Nesta análise específica, teorias pós-modernas e pós-coloniais caminham juntas para transmitir a ideia de que os registros históricos podem ser fabricações de que certas perspetivas são excluídas.
Direitos de Autor (c) 2022 Ana Cristina Gomes da Rocha
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