Mulheres, direitos e cultura: Leituras da condição feminina em Mia Couto
Resumo
A questão da mulher e da sua condição na sociedade continua a ser abordada e discutida a nível global. A mulher africana tem sido e é associada à opressão, marginalização e discriminação. Neste trabalho pretende-se trazer à discussão a importância do texto escrito no combate à discriminação e na sensibilização para a diferença, especificamente em Moçambique, através da obra do escritor Mia Couto. Moçambique apresenta uma sociedade com um mosaico de povos e culturas, o que contribui para tensões sociais devido a uma tão grande diversidade de tradições culturais. As experiências vividas durante a colonização portuguesa, a independência, a guerra civil e a importância que comunidades locais e o patriarcado ainda detêm, contribuem para definir a condição da mulher moçambicana.
Pretende-se aqui analisar as várias estratégias das mulheres moçambicanas para responder e reagir às situações de discriminação e anulação de que são alvo e como é que as obras em questão retratam a condição da mulher em Moçambique. As obras de Mia Couto testemunham o renascer das personagens femininas, assim como alertam para situações de contínua submissão, enquanto sensibilizam para a diferença de género, raça, etnia, cultura, entre outras. Neste trabalho serão analisadas figuras femininas nas obras Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2002), Jesusalém (2009) e A Confissão da Leoa (2012), mas sem excluir a possibilidade de recorrer a outras narrativas que permitam enriquecer esta análise.
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